Francisco César exige novas soluções para combater a degradação contínua dos serviços dos CTT nos Açores

PS Açores - Há 4 horas

O deputado do PS/Açores à Assembleia da República, Francisco César, alertou para a degradação contínua na prestação de serviços por parte dos CTT na Região Autónoma dos Açores, denunciando os atrasos sistemáticos na receção de correio, encomendas e vales postais, que têm causado prejuízos significativos à população e às empresas açorianas.

As declarações foram feitas durante a audição ao Conselho de Administração dos CTT, na Comissão de Infraestruturas, Mobilidade e Habitação, onde o deputado açoriano e líder do PS/Açores instou os responsáveis da empresa a explicar as causas desta situação e a apresentar medidas concretas para a resolver.

“Os CTT continuam a não cumprir, nos Açores, os prazos de entrega estabelecidos. É inaceitável que encomendas enviadas do continente para os Açores demorem 15 a 20 dias a chegar, e até uma simples carta enviada dentro da mesma ilha demore mais de uma semana”, referiu Francisco César.

Destacando não ser este um problema novo, o deputado recordou também que o problema vai muito além dos atrasos em correio pessoal ou encomendas: “O atraso verificado, por exemplo, na entrega do Complemento Regional de Pensão, o conhecido ‘cheque pequenino’, e outros serviços que são prestados pelo Governo Regional, diretamente dentro das próprias ilhas, afetou recentemente dezenas de açorianos”, lembrou o socialista, para salientar, ainda, que se as pessoas tiverem de aceder a um posto CTT onde seja possível levantar o Subsídio Social de Mobilidade, “então é o caos total, com longas filas de espera”, sublinhou.

Respondendo ao membro do CA dos CTT presente na audição, João Bento, que identificou as dificuldades no transporte efetuado pela SATA como um dos maiores constrangimentos da operação, Francisco César destacou que estas não podem servir de justificação para a ineficácia do serviço, lembrando que existem várias companhias aéreas que voam para os Açores, e que o aumento do número de ligações não tem sido acompanhado de melhorias na eficiência das entregas.

“Não é obrigação da SATA transportar correio. Há outras companhias que operam para a Região e que poderiam assegurar parte desse serviço. Os critérios mínimos de razoabilidade de serviço público não estão a ser cumpridos, nem do continente para os Açores, nem entre ilhas, nem dentro de cada ilha”, afirmou o líder socialista.

Na ocasião, Francisco César questionou quanto ao futuro, alertando para a necessidade de se encontrarem novas soluções já que as que existem no momento não são eficazes: “Pode ser um aditamento às obrigações de serviço público, com contrapartidas do Estado para garantir melhores acessibilidades e apoio aos custos de transporte, ou até a criação de um serviço público de transporte aéreo de carga, como já existiu no passado”.

A finalizar, o socialista garantiu total disponibilidade para colaborar com os CTT na procura de soluções estruturais que assegurem aos açorianos um serviço postal digno, eficiente e em igualdade de condições com o resto do país, comprometendo-se, para tal, na apresentação, em breve, de propostas nesse âmbito.

“O meu objetivo não é apenas denunciar o problema, mas sim ajudar a resolvê-lo. Os açorianos merecem um serviço postal que funcione, e estou disponível para trabalhar com todas as partes envolvidas para garantir que isso acontece”, finalizou o deputado socialista.