No seguimento de uma reunião realizada com o Comité da Ilha Terceira da Associação Regional do Alojamento Local, o PS/Terceira manifesta publicamente a sua preocupação com a redução significativa, face ao período homólogo, do número de Hóspedes e de Dormidas na Terceira nos meses de junho e julho, ou seja, em plena época alta foram menos 2591 Hóspedes e menos 2795 dormidas.

Pelo segundo mês consecutivo, em plena época alta de 2025, a ilha Terceira registou quebras nos seus números turísticos.

Em junho, a Terceira foi a única ilha dos Açores a perder dormidas sendo que em julho, repetiu-se a tendência negativa, com uma redução de 1,8%, enquanto no conjunto da região se verificou um crescimento de 2,5%.

Estes números, divulgados pelo Serviço Regional de Estatística (SREA), demonstram que a Terceira não está a acompanhar o crescimento dos Açores. Enquanto outras ilhas reforçam o seu peso no setor, a Terceira estagna, apesar de possuir maior oferta de camas e novos projetos em curso.

Esta quebra decorre da falta de acessibilidades aéreas diversificadas, com rotas instáveis e pouco consistentes, da quebra do mercado nacional, que caiu 6% em julho a nível regional e tem particular impacto na Terceira, da ausência de uma estratégia promocional diferenciada, que valorize o património cultural e a identidade única da ilha.

A Terceira não pode viver de propaganda estatística, sendo que os números de passageiros em escala não correspondem a turismo e não deixam rendimento na ilha.

A Terceira precisa de uma estratégia clara e consistente para voltar a crescer, pois se em plena época alta já temos quebras, corremos o risco do problema se tornar estrutural e comprometer a sustentabilidade futura do setor.

Existem já relatos de Alojamentos Locais que poderão ter de extinguir postos de trabalho ou recorrer ao layoff para enfrentarem o Inverno IATA 2025/2026, que é qualificado pelos agentes do sector como o pior inverno dos últimos 5 anos, com menos voos internacionais dos que havia no início de 2020.

Para o PS/Terceira, é urgente apostar na estabilidade das ligações aéreas, reforçar a promoção externa, captar o mercado nacional e criar produtos turísticos que combatam a sazonalidade, atempadamente e não em cima do joelho. Só assim se conseguirá inverter a atual tendência e devolver competitividade ao destino Terceira.