Francisco César defende resposta urgente para o problema da toxicodependência e exclusão nos Açores

PS Açores - Há 7 horas

O líder do PS/Açores e deputado à Assembleia da República, Francisco César, defendeu esta segunda-feira uma resposta integrada e urgente ao grave problema da toxicodependência e exclusão social que se vive nos Açores, alertando para as consequências sociais e de segurança que estão à vista, sobretudo em Ponta Delgada.

“Nós temos um verdadeiro problema de saúde pública nos Açores”, afirmou Francisco César. Falando à margem de uma visita à Associação Regional de Reabilitação e Integração Sociocultural dos Açores – ARRISCA, instituição de referência no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade, o socialista apelou à mobilização de todos, Governo Regional, da República, partidos e autarquias, para defender uma mudança na abordagem ao problema.

A esse propósito, Francisco César identificou cinco áreas prioritárias de intervenção, desde logo ao nível da prevenção. “Nós somos a região do país onde mais se consome droga, nomeadamente drogas sintéticas. Em todas as outras, com exceção da canábis, nós temos valores três, quatro vezes acima da média nacional, portanto devemos apostar na prevenção, não só nas escolas, mas do ponto de vista de criar uma nova cultura de comunidade”.

O líder socialista açoriano sublinhou também a necessidade de atualizar a legislação: “É preciso legislar mais rápido, para incluir as novas substâncias psicoativas nas listas de substâncias proibidas. Não podemos ignorar esta realidade, mesmo quando não é da nossa competência direta”.

Relativamente à segurança, Francisco César apontou falhas graves no reforço das forças policiais na Região, alertando para o reduzido número de polícias na Região. “Dos números que foram anunciados para os Açores na última campanha eleitoral, menos de metade acabaram por vir, isto não pode continuar. Como deputado da República, assumo o compromisso de trabalhar para reforçar este contingente”.

Na ocasião, Francisco César denunciou ainda a insuficiência dos apoios públicos às instituições que operam no terreno, salientando ser preciso mais financiamento para respostas terapêuticas e residenciais.

“A ARRISCA tem custos anuais de cerca de 800 mil euros, mas recebe apenas 500 mil e com atrasos significativos. Como se pode dar uma resposta adequada assim? Precisamos de mais financiamento, mais equipas de rua, mais consultórios móveis, respostas residenciais, casas de transição e comunidades terapêuticas”, defendeu.

A finalizar, Francisco César apelou à criação de programas de reinserção social, para que estas pessoas, “que são filhos de alguém” possam obter a devida resposta, garantindo-lhes um caminho com dignidade, apoio e oportunidades

“Prevenção, legislar mais rápido, mais polícia, mais respostas terapêuticas e residenciais, e capacidade de reinserção, é este o caminho que os Açores precisam de seguir, com coragem, compromisso e ação concreta”, finalizou o líder do PS/Açores, Francisco César.