O líder do PS/Açores, Francisco César, manifestou esta terça-feira grande preocupação com a situação vivida no Grupo SATA, denunciando o desequilíbrio e as dificuldades “para cumprir os seus compromissos, garantir a operação e satisfazer os passageiros”.
Francisco César, que falava à margem de uma ronda de reuniões que manteve nos últimos dias com Sindicatos relacionados com o setor da aviação, afirmou que o Partido Socialista tem assumido uma postura responsável e construtiva, propondo soluções e mantendo canais de diálogo com o Governo Regional, “mas, para ajudar, é preciso conhecer, conversar e ter coragem política para tomar decisões”, frisou.
O líder socialista sublinhou que a origem do atual conflito laboral reside na ausência de gestão estratégica e no descontrolo na atribuição de aumentos salariais desiguais, que criaram injustiças internas e abriram “uma verdadeira caixa de pandora”. “Não é possível aprovar aumentos de mais de 30% para alguns trabalhadores e esperar que os outros não reivindiquem o mesmo”, alertou.
Francisco César destacou ainda as condições de trabalho extremas que afetam vários profissionais da empresa, como os tripulantes de cabine, denunciando o calor extremo em que realizam as viagens.
Face à situação atual, o líder do PS/Açores voltou a defender a criação de uma nova administração exclusivamente dedicada à SATA Air Açores, proposta que já foi transmitida ao Governo Regional e bem acolhida pelos Sindicatos. “Precisamos de uma administração focada na operação regional, na gestão dos tripulantes, na renovação da frota e na reorganização daquela que é a base do grupo SATA”, explicou.
Francisco César garantiu que o PS está disponível para assumir parte da responsabilidade política e até financeira dessa solução, no quadro de um acordo parlamentar que priorize o interesse dos açorianos. “A SATA e a mobilidade interilhas estão acima das diferenças partidárias. E é com esse espírito que temos trabalhado”, assegurou.
Relativamente à SATA Internacional (Azores Airlines), o Presidente do PS/Açores reafirmou a necessidade da sua privatização, alertando para o estado fragilizado do capital da empresa e a urgência de garantias jurídicas no processo. “Sem essas garantias, não podemos avançar. Mas, quando elas existirem, estaremos disponíveis para colaborar”, afirmou.
Francisco César rejeitou ainda qualquer cenário de insolvência, considerando a sua menção pública como um risco sério para a credibilidade do processo. “Lançar essa possibilidade prejudica a SATA, afeta os trabalhadores, os passageiros e o futuro da própria empresa”, alertou.
O líder socialista deixou claro que o PS continuará disponível para ajudar a encontrar soluções estruturais e duradouras, mas apelou ao Governo Regional para que saiba “aceitar a ajuda quando ela é oferecida, com responsabilidade, sentido de serviço público e respeito pelo futuro da mobilidade nos Açores”.