Andreia Cardoso aponta falhanços do Governo na coesão: “Prometeram transformar, mas agravaram as desigualdades”

PS Açores - Há 8 horas

A líder parlamentar do PS/Açores afirmou hoje, na Horta, que passados quase cinco anos de governação da coligação PSD/CDS/PPM, “o novo paradigma anunciado não passou de propaganda”, resultando num agravamento das desigualdades entre ilhas e entre Açorianos.

Andreia Cardoso recordou que o Governo Regional se apresentou ao Parlamento e aos Açorianos como “transformista” e determinado a implementar um “novo paradigma”, assegurando centralidade ao Parlamento. No entanto, o tempo demonstrou que “não foi o bastante” para reduzir desigualdades entre os Açorianos “que nelas crescem, habitam, trabalham, geram emprego e constituem família.”

Andreia Cardoso, que iniciou o debate de urgência sobre Coesão, destacou os efeitos perversos das alterações ao Estatuto da Carreira Docente, que levaram à fuga de professores das ilhas mais pequenas, e apontou o fracasso dos incentivos à fixação de docentes, aplicados a apenas 21 professores em 2025.

“São ‘medidas’ de propaganda como esta que se prometem, anunciam, mas que verdadeiramente não resolvem o problema”, afirmou.

Na saúde, criticou os sucessivos adiamentos no processo de reconstrução do Hospital do Divino Espírito Santo, os atrasos em diagnósticos e cirurgias, a ausência de médicos de família em várias ilhas e os meios claramente insuficientes no combate às toxicodependências.

“Enquanto isso, os dias passam, os doentes engrossam listas de espera, os diagnósticos e os tratamentos são adiados, a saúde dos Açorianos é gravemente penalizada”, alertou.

Sobre a Habitação, a deputada socialista defendeu que “não é possível fixar jovens, fixar médicos, professores ou outros profissionais sem assegurar habitação acessível” e apontou soluções concretas como o reforço da oferta pública, estímulo à construção privada, revisão dos valores de apoio à reabilitação e avaliação do Incentivo ao Arrendamento.

A líder parlamentar sublinhou que a coesão económica exige previsibilidade, estabilidade e justiça. No entanto, “não há coesão económica com uma agricultura sem apoios pagos a tempo e horas”, nem com pescas “sem compensações asseguradas e sem soluções concretas”. Também no turismo, lamentou que “há ilhas a crescer, mas há outras a estagnar ou mesmo a recuar.”

 “No caso dos transportes, a transformação foi para pior, para muito pior”, sublinhou a socialista, que apontou falhas graves nos transportes marítimos e aéreos, com comunidades isoladas e promessas adiadas. “No transporte marítimo de mercadorias, falta previsibilidade, falta regularidade. Em Santa Maria a situação é gritante, é mesmo desesperante”, acusou.

No caso do investimento privado, a deputada defendeu que o Governo Regional “tem o dever de se constituir como elemento facilitador” e criticou a lentidão na apreciação de candidaturas. “Potenciais investidores e empresários são conduzidos a um labirinto de burocracias e aguardam largos meses para saber se o seu projeto vai ser aprovado”, denunciou.

“Um Governo que falha no dever de promover uma Região onde todas as ilhas contam, é um Governo que cria desigualdades quando devia combatê-las. O Partido Socialista não aceita esta realidade”, assegurou.

A Presidente da bancada parlamentar do PS/Açores afirmou que o partido vai continuar “a denunciar estas injustiças, a dar voz a quem foi esquecido e a lutar por uma Região onde todos partam em igualdade de circunstâncias, independentemente da ilha, concelho ou freguesia onde residam”.

O Partido Socialista não desiste dos Açores, nem dos Açorianos. Porque para o PS, cada ilha conta. Cada Açoriano importa”, concluiu.

 

Horta, 10  de julho de 2025