O líder do PS/Açores, Francisco César, alertou esta terça-feira para o insuficiente número de vagas em creches na Região, responsabilizando o Governo Regional pela incapacidade de resposta a um problema que afeta diretamente centenas de famílias açorianas.
“Segundo os números mais recentes, calcula-se que cerca de 400 crianças não têm vaga em creche nos Açores. Aqui mesmo, na Madalena, há uma lista de espera com 22 crianças. Isto é um problema sério e real na vida das famílias, que não pode continuar a ser ignorado”, afirmou o líder socialista.
Destacando o esforço de instituições como as IPSS, Santas Casas da Misericórdia e entidades privadas, “que têm feito tudo o que está ao seu alcance para conseguir dar resposta”, Francisco César alertou que “não há milagres quando as infraestruturas não esticam e o Governo não investe”.
Apesar de haver mais de dois milhões de euros previstos no Orçamento da Região e no Plano de Investimentos para investir em creches, o Presidente do PS/Açores revelou que a taxa de execução é de apenas 12% de acordo com os últimos dados conhecidos, o que significa que, “por cada 100 euros que o Governo tem disponíveis para investir em creches, apenas gasta 12. O resto são promessas que não saem do papel”, denunciou.
O líder do PS/Açores recordou que o partido tem apresentado propostas concretas para resolver o problema: “Propusemos a construção e ampliação de creches, o aumento do número de amas e a maximização da utilização de infraestruturas existentes, mas estas propostas ou foram recusadas ou, pura e simplesmente, não saíram do papel”.
Para Francisco César, que falava à margem de uma reunião com a Santa Casa da Misericórdia da Madalena e visita ao Centro de Apoio à Criança, a explicação está na “incapacidade de gestão e na evidente fragilidade financeira deste Governo”, cujas consequências “atingem diretamente a vida das pessoas”.
Na ocasião, o socialista defendeu, ainda, que para este problema a resolução não pode ser a de “tirar crianças das creches para que outras possam ocupar o seu lugar”. “É preciso construir para resolver, mas este Governo, infelizmente, faz tudo menos resolver problemas”, afirmou.
A finalizar, Francisco César denunciou que o único aumento deste Governo tem sido o do número de promessas: “Este ano, neste concelho, houve mais nascimentos do que no ano anterior e o que teria de acontecer era um aumento do investimento público, mas o único aumento que vemos é o das promessas e do investimento no papel. Este é um Governo com 100% de promessas e 0% de concretização”.