Anúncio do plano de reequilíbrio financeiro confirma caminho catastrófico das finanças públicas regionais

PS Açores - Há 6 horas

O líder do PS/Açores, Francisco César, reagiu esta quarta-feira à declaração do Secretário Regional das Finanças, que admitiu publicamente a possibilidade de um plano de reequilíbrio financeiro, acusando o Governo de ter “ignorado os sinais claros de desequilíbrio nas contas públicas”.

De acordo com Francisco César, que intervinha na sessão de apresentação do candidato a Secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, “o Secretário Regional das Finanças vem dizer aquilo que nós já dizíamos há muito tempo: que se não houver um plano de reequilíbrio financeiro, isso pode comprometer a sustentabilidade a prazo das finanças regionais”.

Para o líder do PS/Açores a boa gestão orçamental é um dos pilares da autonomia e da confiança política junto da República.

Referindo-se concretamente à Lei de Finanças das Regiões Autónomas, o líder do PS/A frisou que “essa revisão deve ter em conta os verdadeiros custos da insularidade, mas também é verdade que, se queremos ser levados a sério, temos que demonstrar que sabemos gerir as nossas contas”.

“A autonomia também se afirma com responsabilidade. Podemos e devemos ter orgulho de exercer a nossa autonomia com rigor, transparência e boa gestão”, salientou Francisco César.

Recordando que o PS tem “um património de boa gestão das contas públicas”, que não deve ser ignorado, o líder socialista salientou que isso permite “ter boas políticas de investimento na economia, no fomento do emprego, no apoio à educação e à saúde”.

Consciente da gravidade da situação, Francisco César recordou que quando a direita está no poder “sabemos o que é que acontece quando há um plano de reequilíbrio financeiro”.

A par das finanças regionais, Francisco César apontou, ainda, a situação da SATA, denunciando “erros de gestão graves”, que levaram a empresa a acumular prejuízos mesmo após ajudas públicas e um plano de reestruturação aprovado por Bruxelas.

“Após uma injeção de quase 453 milhões de euros de ajuda pública, e depois de sucessivas mudanças de administração, a SATA apresentou um prejuízo de 83 milhões de euros num só ano”, afirmou.

Francisco César foi claro ao identificar as causas desta situação: “Novas rotas mal planeadas, aviões alugados sem viabilidade económica e aumentos salariais até 40% para tripulantes no meio de uma reestruturação”.

Além do impacto financeiro direto, o líder socialista apontou as consequências para os açorianos, destacando o “mau planeamento operacional, os atrasos sistemáticos e as indemnizações pagas a passageiros”.

Apesar das críticas, Francisco César afirmou que o PS/Açores está disponível para contribuir para uma solução de futuro.