Investimento em ciência deve ser uma prioridade dos Açores

PS Açores - 24 de abril, 2023

Ana Luísa Luís defendeu, à margem de uma visita ao Instituto Okeanos, na cidade da Horta, a “necessidade premente de se investir em ciência, nos Açores”, considerando que se trata de uma “efetiva necessidade e não de um capricho” e salientando que os cortes do Governo Regional nesta área demonstram um “desnorte” e uma “falta de capacidade no aproveitamento de verbas comunitárias”.

A deputada socialista eleita pela ilha do Faial falava à saída de uma reunião entre o GPPS e a Direção do Instituto Okeanos, da Universidade dos Açores.

Na ocasião, Ana Luísa Luís salientou o “papel fundamental do Instituto Okeanos, anterior IMAR, na investigação do Mar dos Açores”.

A parlamentar do PS criticou os atrasos e incumprimentos deste Governo da coligação ao nível da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que “penalizam o setor científico regional”, uma vez que estão a ser “desperdiçados fundos comunitários que poderiam ser usados para fomentar a investigação, a inovação e o desenvolvimento científico”.

Ana Luísa Luís frisou que, na área da ciência, no âmbito do PO Açores 2023, se verificou um “corte de 40% relativamente ao Programa Operacional anterior, o PO Açores 2020”, o que denota um “claro desinvestimento nesta área”, defendendo que o valor do POA 2030 devia, “pelo menos, igualar as verbas destinadas para o efeito no anterior Programa Operacional”.

Ao nível do atraso da execução do PRR, a deputada do PS apontou o exemplo do MARTEC, que “já leva um forte atraso de verbas comunitárias que, não sendo investidas no seu tempo próprio, se tornam irrecuperáveis, com evidentes prejuízos para a Região”.

“O MARTEC, um projeto relacionado com a biotecnologia, de economia azul, localizado na ilha do Faial é uma aposta de longa data da Região que, infelizmente, se está a perder”, lamentou.

Ana Luísa Luís defendeu ainda que a Região “deve ter uma palavra a dizer sobre a gestão do seu mar”, defendendo que é necessário “apostar na investigação do mar profundo para se decidir se a sua mineração deve avançar ou não”.

“Para garantir a proteção do mar dos Açores é preciso ouvir todos aqueles que do mar fazem a sua atividade” e defendeu que o Governo Regional “deve apoiar a Universidade dos Açores e os seus projetos de investigação”, porque “só assim teremos as respostas necessárias para decidir no futuro, em consonância com aquilo que é melhor, seja para o nosso mar, seja para os agentes que dele dependem”, finalizou Ana Luísa Luís.