O Partido Socialista da Terceira manifestou a sua preocupação com as opções do Governo Regional e dos partidos que o suportam no total desinvestimento da ilha, alertando, nesse contexto, para o maior corte de investimento público que, para 2023, é de 40% face ao ano passado.
De acordo com Isabel Berbereia, membro do Secretariado de Ilha do PS/Terceira, para além de este ser o mais baixo investimento na ilha nos últimos 10 anos, o Governo Regional, ao contrário do que assumiu, decidiu cativar mais 25% do pouco investimento previsto, o que “deixa a Terceira em clara desvantagem e retrocesso”, mas, também, “estagnada no investimento em infraestruturas e diminuída nas suas perspetivas de desenvolvimento e crescimento económico e social”.
“Em apenas um mês, o PSD/CDS/PPM diminuiu ainda mais 25% sobre os 40% que já tinham cortado no início do ano, ampliando severamente a redução de investimento na ilha”, considerou a socialista, para sublinhar que de acordo com o relatório da execução do Plano de Investimentos de 2022, “apenas foi concretizado cerca de 60% do investimento anunciado”.
A socialista, que falava em conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, alertou, na ocasião, que se o Governo mantiver este ano a mesma taxa de execução e com a cativação prevista, “então a Terceira irá ter, este ano, uma redução de 70% do investimento público face ao previsto no Orçamento de 2022”.
Salientando que ao fim de três anos o Governo do PSD/CDS/PPM não irá concretizar um único novo investimento estratégico na ilha, Isabel Berbereia apontou que o executivo se limita “a inaugurar investimentos iniciados, desenvolvidos e com financiamento assegurado pelo anterior Governo”, como foi o caso da Central de armazenamento de energia, “ou a visitar obras anteriormente iniciadas, adjudicadas e consignadas, como o caso do Porto de Pipas ou a rotunda de S. Rafael”, considerando, por isso, que os compromissos e ações que defendiam antes de serem Governo “ou estão ausentes do Plano de Investimentos ou, constando os valores afetos à sua concretização estão já cativados”.
A demonstrar a gravidade da situação, a socialista sublinhou, ainda, o número de queixas recebidas diariamente, de empresas, entidades e instituições que não receberam, ainda, do Governo Regional o pagamento das faturas e despesas e os apoios previstos, contratados e aprovados no ano passado, realidade que, “além de agravar ainda mais o contexto de dificuldade das empresas, famílias e instituições da ilha, irá reduzir ainda mais o fraco investimento a executar no corrente ano”.
A este propósito, Isabel Berbereia alertou para a opção do Governo Regional em diminuir a importância da ilha no contexto regional, “ao não investir em projetos sólidos para manutenção e criação de novos empregos, bem como na fixação de novas empresas, como é o caso do Terceira Tech Island”, ou na deslocalização de serviços fundamentais da administração pública regional que estão sediados na ilha Terceira, mas, também, “ao não acautelar a promoção do património ambiental e cultural, nem salvaguardar o urgente investimento na manutenção e reabilitação de estradas regionais e proteção das orlas costeiras”.
Segundo apontou a socialista, este Governo não apresenta, também, “inovação ou renovação nos modelos de intervenção social nem garante transparência, controlo e monotorização no investimento feito na formação profissional”, tal como não intervém “nas escolas que pertencem à Região e precisam de manutenção e melhorias nas suas infraestruturas” e deixa, ainda, em risco de fechar, “as Unidades de Saúde Familiares das freguesias”.
Face a todos estes indicadores, o Partido Socialista da Terceira reforçou o seu compromisso e empenho na defesa dos interesses da ilha, por não aceitarem “parar e ficar para trás”.
