O Grupo Parlamentar do PS Açores defende que “os aumentos dos proveitos da pesca têm, obrigatoriamente, que se refletir nos rendimentos dos pescadores”. A afirmação do deputado José Ávila foi proferida esta quarta-feira, durante o debate de urgência sobre as pescas. José Ávila recusou generalizar a distribuição injusta de rendimentos que acontece nalgumas embarcações de Rabo de Peixe.
“Não aceitamos o tratamento dado aos pescadores como coitadinhos”, adiantou o José Ávila, explicando que as outras comunidades piscatórias também manifestaram, nas inúmeras reuniões com os deputados socialistas, desagrado com essa inferiorização: “Foi-nos referido em algumas ilhas, neste périplo que nós fizemos que não existiam pescadores com rendimentos abaixo do salário mínimo regional, como tem insinuado o PSD repetidas vezes, apesar dos dirigentes associativos nos terem garantido que tinham avisado disso mesmo o PSD aquando das suas visitas”.
Os deputados do PS Açores reconheceram os resultados das pescas que se verificaram no ano passado, mas estão confiantes na retoma que se está a assistir: “Contando com as capturas nos Açores e as descargas de atum efetuadas na Madeira por navios Açorianos, verificamos que, em quantidade, pescamos mais 32%, que rendeu mais 23% do que nos primeiros 8 meses do ano passado”.
“Estes indicadores valem o que valem e não devem servir de justificação para baixarmos a guarda. É preciso continuar trabalhar e a criar condições para aumentar os rendimentos dos pescadores e, para isso, contamos com os contributos não só dos parceiros do setor, mas de todos os partidos aqui representados”, acrescentou José Avila. No entanto, como fez questão de realçar, os contributos dos outros partidos deixam muito a desejar: “O PSD anda a prometer aquilo que está a ser feito, o que é muito triste para um partido proponente como o PSD deve ser”.
Para além da distribuição justa dos rendimentos, para o Grupo Parlamentar do PS Açores é importante “continuar a diligenciar junto das associações e sindicatos os contratos de trabalho por forma a garantir um rendimento fixo aos nossos pescadores”, realçou o deputado Mário Tomé. A formação foi outra das soluções identificadas pelo deputado socialista: “A continua aposta na formação profissional, permitindo a entrada de jovens na atividade da pesca e valorizando os nossos profissionais”.