“O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”, afirma José San-Bento

PS Açores - 25 de janeiro, 2011
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, José San-Bento, garantiu hoje que o processo da Câmara de Ponta Delgada de construção de uma central de camionagem ressume-se à constatação que “aquilo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”. “A central de camionagem de Ponta Delgada já teve quatro localizações distintas e a sua construção já teve para arrancar cinco vezes e, portanto, é uma verdadeira novela de peripécias, contradições e de falta de rigor”, salientou o parlamentar socialista. José San-Bento, que falava no plenário que está a decorrer na cidade da Horta, que debateu duas petições sobre este tema, adiantou que, na realidade, este processo de construção de uma central de camionagem na cidade de Ponta Delgada ressume-se a uma frase muito simples e directa: aquilo que nasce torto tarde ou nunca se endireita. Depois de saudar os peticionários pela iniciativa, José San-Bento reconheceu que estes cidadãos têm razão nas suas dúvidas, já que a Câmara Municipal, e particularmente a sua Presidente, geriram mal este processo e acabaram, na prática, por pedir um cheque em branco aos munícipes de Ponta Delgada”. “É preciso que se diga de forma muito clara que, em todo este processo, nunca houve da parte da Câmara Municipal de Ponta Delgada a capacidade de apresentar estudos técnicos que definissem claramente a localização deste equipamento e nunca houve a capacidade de esclarecer o contorno financeiro da parceria público-privada”, disse o deputado do PS/Açores. Segundo afirmou, a Câmara Municipal de Ponta Delgada “é já famosa pela falta de rigor nas suas obras, com investimentos anunciados de oito milhões de euros que, afinal, vão custar quinze milhões e são investimentos de quinze milhões que, no fim de contas, vão custar 29 milhões de euros”. “A última vez que foi feita uma parceira público-privada, para a construção do parque de máquinas da Câmara Municipal, o que estava previsto acabou por ser alvo de uma derrapagem de 108 por cento: o que era suposto ser uma renda mensal de 12 mil euros, afinal, passou para 25 mil euros”, denunciou José San-Bento. Perante os deputados açorianos, o vice-presidente da bancada socialista adiantou, também, que a Câmara Municipal tem, infelizmente, um registo negativo, já que o “que foi feito no Largo de São João foi um verdadeiro atentado à história, com a construção de um verdadeiro bunker”. Este processo serviu para a Presidente da Câmara Municipal criar um logro e um embuste que tem de ser denunciado, disse San-Bento, ao revelar que, perante a perda de 4 por cento das suas receitas, foram adiadas dezenas de obras de dezenas de milhões de investimento, o que “diz tudo da falta de rigor e de capacidade de sustentar um desenvolvimento planeado”.