Criação da disciplina de História dos Açores não beneficiaria os alunos e o ensino

PS Açores - 12 de fevereiro, 2010
O Grupo Parlamentar do PS/Açores chumbou, hoje, o Projecto de Resolução do PPM para a criação de uma disciplina de História dos Açores, em consonância com os pareceres dos vários conselhos executivos e dos departamentos de História das escolas dos Açores. A aprovação desta medida resultaria numa “perspectiva redutora que os alunos açorianos obteriam pelo facto desta disciplina ser leccionada de forma autónoma e desintegrada do entendimento das dimensões Nacionais, Europeias e Mundiais que a História deverá aqui manter”, afirmou a deputada do PS/Açores, Graça Teixeira. No debate que decorreu na Assembleia Legislativa, a parlamentar socialista adiantou, ainda, não fazer qualquer sentido a criação de uma área curricular de História dos Açores, porque retiraria às escolas a possibilidade de ser feita qualquer outra oferta formativa que estas considerassem pertinentes em função dos seus projectos educativos. Segundo Graça Teixeira, os conteúdos programáticos da disciplina de História dos Açores deverão e poderão sempre ser leccionados, como já o são, em várias escolas da Região, no contexto do programa de História em vigor. Adiantou, também, que, a breve trecho, estes conteúdos serão melhor contextualizados e vinculados no âmbito do trabalho que está a ser desenvolvido pelas equipas de trabalho do Currículo Regional. Durante o debate parlamentar, Graça Teixeira referiu que, além de todos estes argumentos, deve-se sempre evitar a segmentação do saber, na sequência do que defendem os diferentes pareceres das escolas chegados à Comissão Parlamentar de Assuntos Sociais, assim como a opinião dos dois maiores sindicatos de professores, que refutam, igualmente, a criação autónoma da disciplina de História dos Açores. No mesmo debate participou a deputada socialista Cláudia Cardoso, para quem o Projecto de Resolução do PPM estava a “anos-luz da afirmação da Autonomia”, mas sim uma espécie “terrorismo curricular”. “Nós estamos, neste momento, numa fase de reapreciação, a nível nacional, da carga lectiva do terceiro ciclo do ensino básico, que é pesada e excessiva e o senhor quer torná-la, ainda, mais pesada do que já é”, afirmou Cláudia Cardoso.