“Governar os Açores com um Governo do PSD em Lisboa seria como subir o Pico com um saco de areia às costas”, afirma Carlos César

PS Açores - 18 de setembro, 2009
O líder do PS/Açores afirmou, sexta-feira à noite, ser fundamental que Manuela Ferreira Leite não chegue a primeira-ministra, alegando que “governar os Açores com um Governo do PSD em Lisboa seria como subir a montanha do Pico com um saco de areia cheio às costas”. “Lá chegaríamos, mas com o dobro do esforço e levando o dobro do tempo”, afirmou Carlos César, num jantar de campanha para as eleições legislativas de 27 de Setembro, que juntou, em Ponta Delgada, largas centenas de militantes e apoiantes do Partido Socialista. Segundo o Presidente do PS/Açores, Manuela Ferreira Leite “quer fazer tudo ao contrário do que fez José Sócrates” em relação à Região Autónoma, apontando os casos da Lei de Finanças Regionais e do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Se a Presidente do PSD chegasse ao Governo, não tinha dúvidas em “rasgar o Estatuto da Autonomia, em rasgar a Lei de Finanças das Regiões Autónomas, em rasgar aquilo que os açorianos são, um povo que vive numa região com dificuldades e com sobrecustos”, afirmou Carlos César, que teve a companhia, em palco, de todos os candidatos da lista encabeçada por Ricardo Rodrigues. Segundo disse, é preciso não esquecer quem foi Manuela Ferreira Leite para os açorianos saberem quem é Manuela Ferreira Leite. “Foi ela que fez tudo para atrapalhar a aprovação do nosso Estatuto da Autonomia; foi ela que nos retirou os apoios que já estavam atribuídos pelo então ministro do Ambiente, José Sócrates, para o sismo de 1998 do Faial; foi ela que autorizou empréstimos à Madeira em 2003, recusando, neste mesmo ano, empréstimos aos Açores; foi ela que, depois, inviabilizou o acesso das regiões autónomas à contracção de mais empréstimos nos anos seguintes; foi ela que deu cabo da Lei de Finanças Regionais, aprovada por António Guterres, substituindo pela Lei de Enquadramento Orçamental, que permitiu suspender os apoios às regiões autónomas”, recordou Carlos César. De acordo com o líder dos socialistas açorianos, é a Presidente do PSD, de novo, “que vai à Madeira dizer que vai alterar a Lei de Finanças Regionais para repor a justiça. O que ela quer fazer é repor a injustiça, é não dar mais a quem mais precisa para alcançar a coesão nacional”. “Voto açoriano é no PS” Perante uma sala cheia no “Pavilhão do Mar”, Carlos César salientou que, nesta eleição, é, sobretudo, na defesa dos Açores que nos empenhamos, na defesa da nossa vida daqui e aqui. “Nestes últimos quatro anos, essa defesa foi sempre empreendida por José Sócrates junto da União Europeia, aquando da discussão do nosso Estatuto da Autonomia e aquando da aprovação da revisão da Lei de Finanças Regionais”, lembrou o Presidente do PS/Açores. Perante o apoio que os Açores receberam do Governo de José Sócrates, “não queremos que ganhe quem nos quer fazer perder e queremos que ganhe quem nos tem ajudado a ter meios e competências para vencer”, afirmou Carlos César, para quem, por isso, o “voto açoriano reúne-se à volta do Partido Socialista”. O líder do PS/Açores recordou, também, que foi sempre José Sócrates que defendeu o arquipélago nos últimos anos e “nunca o PSD e muito menos o seu sector mais retrógrado e centralista representado por Ferreira Leite nesta eleição”. “O voto açoriano, nestas eleições, é sem dúvida, o voto no Partido Socialista”, garantiu Carlos César, ao destacar que “José Sócrates foi, indiscutivelmente, um grande amigo dos Açores, corajoso e solidário, quando esteve, sem vacilar, na defesa do Estatuto da Autonomia”. De acordo com o Presidente do PS/Açores, um professor pode discordar do engenheiro Sócrates por causa da política da ministra da Educação, um agricultor do continente pode estar zangado por causa da forma de agir do ministro da Agricultura, mas, nos Açores, a política de Educação é do Governo Regional e a da Agricultura, quando não é da União Europeia, é do Governo Regional. “Até o ministro da Agricultura satisfez ao Governo Regional todas as exigências que lhe colocamos”, assegurou Carlos César, para quem fica, assim, provado que os Açores precisam de um “Governo da República que continue a dar mais recursos, mais competências, mais meios, como o tem feito”. Garantiu, ainda, que o Primeiro-Ministro esteve sempre atento quando defendeu mais apoios para os Açores na União Europeia e quando tem defendido, sistematicamente, no Conselho Europeu as posições açorianas, seja na Agricultura, nas Pescas ou no sector da Regiões Ultraperiféricas. “E foi mais uma vez corajoso e solidário quando alterou a Lei das Finanças Regionais que passou a proporcionar mais dinheiro para os Açores, reconhecendo os sobrecustos dos Açores em relação à Madeira”, afirmou. “Afirmar a condição açoriana” No jantar que começou com a intervenção de Ricardo Rodrigues, Carlos César destacou a presença de muitas pessoas que, habitualmente, não votam no Partido Socialista, mas que encontram, nesta eleição, a altura adequada para afirmarem a sua condição açoriana e para defenderem a estabilidade e a continuidade do apoio da República aos Açores, que é o que “estará, principalmente, em causa” a 27 de deste mês. “Estou a ver pessoas que eram, normalmente, mais à esquerda do PS ou mais à direita, mas há duas circunstâncias em causa que nos unem, que nos fazem estar aqui juntos, e a torcer pelo PS nesta eleição e que nos fazem estar ligados, como açorianos”, disse. Para Carlos César, votar a 27 de Setembro no Bloco de Esquerda ou na CDU não faz um PS melhor, dá sim uma melhor oportunidade a Ferreira Leite para ganhar as eleições e ser a primeira-ministra de Portugal. “Se queremos um Governo melhor liderado pelo PS não é em outros partidos que temos de votar. Temos de votar, evidentemente, no Partido Socialista”, alertou o Presidente do PS/Açores, que apelou ao voto dos açorianos. “Convocamos a atenção, a vontade e a energia de todos os açorianos que acreditam que querem ultrapassar as dificuldades, que confiam no nosso espírito empreendedor, que estão ao nosso lado a puxar o país e os Açores para cima, que querem realizar a ambição de sermos sempre melhores, a darem mais força ao partido que nos tem dado força, ao Partido Socialista”, concluiu Carlos César.