Opinião

A Responsabilidade do PS

Na próxima semana o Parlamento dos Açores debate a proposta do governo regional de Orçamento para o próximo ano. A análise ao documento decorrerá sob a sombra da sua rejeição.
O PSD é o responsável pela precipitação da atual crise política. Num momento sensível em que se imponha a necessidade de abertura ao diálogo e de disponibilidade para a negociar o Orçamento com todos os partidos, o PSD fez precisamente o contrário.
O chumbo do Orçamento, a confirmar-se, obrigará o Presidente da República a atuar e representará o fim da maioria parlamentar constituída em novembro de 2020, bem como o falhanço do projeto político encabeçado pelo PSD.
O governo está a fazer um esforço diário de propaganda sobre os méritos do Orçamento. Segundo o executivo, não há ilha, concelho, setor, corporação ou trabalhador que não beneficie com o orçamento. O desespero chegou ao ponto de apelarem à “responsabilidade” do PS. No entender de algumas luminárias cabe agora ao partido com o maior número de deputados viabilizar a aprovação do orçamento, salvar o governo e evitar a instabilidade que sempre alertou. É espantoso! Foram o PSD e o presidente Bolieiro, acompanhados do CDS e do PPM, que garantiram a assinatura de acordos parlamentares que “asseguram estabilidade para 4 anos” e “a aprovação dos orçamentos regionais”. Decorridos três anos, o governo falhou no cumprimento dos acordos com os seus ex-parceiros. É por isso o responsável pela crise política em que mergulhou os Açores.
O PS foi muito claro na justificação do seu voto contra o Orçamento. O documento não reflete a realidade e não apresenta soluções adequadas para os desafios com que nos confrontamos.
Durante três anos o PS foi uma oposição exigente, atuante e responsável. O PS está onde sempre esteve. Não foi o PS que gerou a atual crise. Neste momento crítico, cabe ao PS manter a sua coerência e assumir a sua responsabilidade. E a responsabilidade do PS é só uma, gerar uma alternativa que resgate os Açores de um governo incapaz e incompetente.