Opinião

Oh Mãe...

Aquele moço bateu-me.
Para além do basalto e da diáspora, foi, ensaiados, o que nos trouxeram os partidos da trindade, mai-lo presidente do governo, em dia da "Pombinha".
O truque tem os seus riscos. Para além da facilidade de diabolizar o "inimigo externo", com cuja diversão se tenta afastar as vistas de erros e inação próprias, sairá caro, a prazo, desvalorizar objetivamente, pela banalização, os bloqueios do centralismo - que existem e devem merecer combate sem tréguas nem desfalecimentos nas questões importantes.
No seu discurso, Bolieiro arriscou um "grand final": foi quando, mais Kalimero do que o costume, retirou da casca de ovo o Conselho de Concertação Territorial! Ganindo que a nossa Autonomia é política, e não se confunde com entidades regionais e sub-regionais, deu uma novidade escandalosa: o Governo da República, há pouco, há poucochinho (26 de maio), através do Dec-Lei 35/2023, tinha "consagrado" esse tal de CCT pondo-nos ao nível das CCDR's, Municípios e freguesias do Continente.
Bolieiro não "leu" o preâmbulo, que refere expressamente que tal criatura foi criada por Resolução do Conselho de Ministros em... 2014! E vem assinada pelo autonomista companheiro Pedro Passos Coelho! Reagir convenientemente nove anos depois, por mera questão de forma, é transformismo por omissão, esperteza arriscada e combate muito seletivo ao centralismo. A indignação retroativa fica para as comissões de inquérito regionais, num estranho ajuste de contas com a vontade popular...
A tríade governativa traz-nos novidades. Parafraseando o grande Vate: diferentes em tudo da esperança...