Opinião

Rentrée: o regresso à rotina - andará sozinho!

A cerca de dois meses das eleições a rentrée política deverá ser, forçosamente, sóbria. Não há rotinas para as quais voltar. A preocupação das pessoas, mesmo perante o gigantesco investimento do Governo nas empresas e nas famílias - que nos permite ter a mais baixa taxa de desemprego do país -, está muito para além das eleições. É uma realidade que se vê e que se ouve no quotidiano. A campanha tem de ser objetiva e não fatigante. Com mensagens claras, dirigidas às pessoas e com compromissos efetivos. Os candidatos serão aqueles que nos representarão no parlamento como parte de uma sociedade plural. São elementos essenciais no antes e pós-eleições. Há renovações inexplicáveis e há candidatos eternos no próximo ato eleitoral. Há ainda os apressados na corrida à elegibilidade no parlamento, deixando na rua da amargura a (sua) dignidade. O PSD apressou-se com o congresso da sociedade, e muito bem para sentir o pulso dessa mesma sociedade, mas no fim ficou-se por uma lista de candidatos do aparelho partidário. Bolieiro deixou-se sequestrar por alguns militantes e não teve a força de criar a sua lista de candidatos - como poderá ter a força de liderar uma Região? A dúvida é a se sobraram militantes ou faltaram independentes. Estas incoerências, também, contribuem fortemente para a abstenção. Estará mais próximo do povo o partido que melhor candidatos apresentar e com propostas que melhorem a vida das pessoas e valorizem os Açores. Criticar por criticar, cria mensagens audíveis, mas sem propostas realizáveis para o futuro dos Açorianos e que em nada fortalece o difícil caminho que temos pela frente. A disponibilidade das pessoas para a mensagem política, hoje e porventura mais do que nunca é escassa e faz-se acompanhar de preocupações e indefinições para o futuro - mesmo face à robusta estratégia para o combate à crise sanitária, que está a ter impacto na economia e nas famílias, liderada por Vasco Cordeiro. Estar próximo das pessoas é ouvir “o Governo tudo está a fazer, não pode fazer mais (…) “. E o povo é sábio.