Opinião

Nós, cidadãos...

Temos razões para nos preocuparmos. Os que têm mandatos democráticos, de carácter geral ou sectorial. Os sem partido, e os de bem ou menos bem com o seu; servidores de causas públicas ou privadas; cidadãos do mundo ou de concelho... Lá fora, os mundos estão perigosos! Porque a Democracia implica responsabilidade: o povo manda porque é o destinatário último da sua decisão soberana. Por isso, alguns brincam que devíamos votar todos para o Presidente dos "States". A ignorância arrogante do empresário de sucesso... paga-se. Que o digam os aliados curdos, abandonados ao seu destino. Até Roma tratava melhor os seus mercenários, dos aliados nem se fala! Até os "democratas" da Síria e da Rússia parecem salvadores... Os terroristas de todas as modalidades e crenças agradecem. A União Europeia, entregue a guarda-livros, nada diz sobre as entorses democráticas da Hungria e da Polónia: a censura, a perpetuação do poder, o cerceamento das liberdades. Só o povo dá sinais. Mas a Paz e a Democracia têm guarida ou exílio nos Tratados fundadores? E que diz a Europa das Regiões dos presos da Catalunha? As questões políticas resolvem-se com prisão? De todos, ou com seletividade exemplar? O ressuscitar do Estado-fortaleza, interna e externa, não augura felizes dias para a descentralização e para a subsidiariedade. Que ao menos se lembre ou se aprenda que o adquirido não é eterno, e que há valores e práticas que merecem luta, defesa, ao menos participação. O primarismo da ação eficaz medra, em tempos de incerteza, ao menos como discurso tentador. A verdade relativiza-se e a razão vota-se... E já agora: não sendo um programa político, o caráter e a coerência são sempre pressupostos. Para rasgar sombras contra as novas barbáries.