Opinião

2016

O ano que agora termina provou que a Europa tem que se preocupar mais com a política do que com a contabilidade: a nova escalada do Terror e a massa dos refugiados são desafios, muito para além da estabilidade do euro. A crise do bipartidarismo e a emergência de novos movimentos políticos, que extravasam para lá das arrumações clássicas -- são também fenómenos a ter em conta, aliás não isentos de riscos, como se viu em França. Por cá, enquanto se duvidava da consistência à esquerda, a coligação de direita faleceu no deserto da oposição. O PP assinou o desquite duma forma sonora, votando contra o retificativo do Banif… Entretanto, a longevidade de Portas prefere não resistir ao novo quadro, acelerando uma recomposição das forças à direita, em cata duma identidade comprometida e abalada. Presidenciais é já a seguir, saindo Cavaco pela direita baixa. O vencedor terá um primeiro mandato doce, em prol da estabilidade e longevidade governativas que Portas reconheceu com a sua despedida. A respeito: vêm aí as nossas regionais, lá mais para Outubro. Nota-se que alguns já deitam fervura, pelo ressabiamento e primarismo do discurso, direto ou por conveniente ventríloquo… A todos: Grande 2016!