O Grupo Parlamentar do Partido Socialista/Açores vai apresentar um projeto de Resolução que defende o reforço da prevenção, do diagnóstico precoce e do apoio às famílias afetadas pela Doença de Alzheimer na Região. Segundo a deputada Marlene Damião, é urgente garantir uma resposta pública mais eficaz e próxima das pessoas, num arquipélago onde o envelhecimento populacional aumenta todos os anos a incidência desta doença.

A iniciativa legislativa foi apresentada esta sexta-feira, durante a visita dos deputados socialistas à Associação Alzheimer Açores, em Ponta Delgada, onde voltaram a ser evidentes as fragilidades na resposta regional, bem como a inexistência de um rastreio formal da doença nos Açores.

Marlene Damião sublinhou que o projeto do PS visa “dar passos concretos para proteger a saúde dos idosos açorianos e aliviar o enorme peso que recai sobre cuidadores e famílias”, propondo a criação de um programa de rastreio em todas as ilhas, o desenvolvimento de estudos epidemiológicos que permitam conhecer a real dimensão da doença e o reforço da articulação entre unidades de saúde, IPSS, autarquias e a Associação Alzheimer Açores.

“As famílias sentem-se sozinhas no processo. Precisamos de uma rede que acompanhe, que não deixe ninguém para trás e que ofereça apoio real no dia a dia”, avançou.

A proposta inclui ainda apoio à investigação científica e campanhas de informação pública para reduzir o estigma, incentivar diagnósticos atempados e promover maior inclusão das pessoas com Alzheimer.

“Não se pode continuar a ignorar uma realidade que já afeta milhares de famílias. Há cuidadores completamente exaustos, pessoas que vivem com medo de perder autonomia e famílias que não sabem onde procurar ajuda, pelo que é fundamental que a Região assuma este problema como prioridade de saúde pública”, alertou a socialista.

A deputada sublinhou ainda que “o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Quando a doença é detetada cedo, ganha-se tempo, qualidade de vida e capacidade de planear o futuro com dignidade. Não podemos permitir que tantos Açorianos sejam diagnosticados tardiamente por falta de respostas”.

Para Marlene Damião, esta iniciativa “representa um passo decisivo para melhorar a qualidade de vida dos doentes e cuidadores, reforçando a capacidade da Região em enfrentar um dos maiores desafios de saúde associados ao envelhecimento”.