A deputada do PS/Açores, Sandra Costa Dias, considera “inaceitável” a sucessão de demissões na Estrutura de Missão dos Açores para o Espaço (EMA-Espaço), que deixam o setor num “estado preocupante de indefinição e fragilidade”, alertando para a necessidade de garantir transparência e clareza na estratégia regional para a área espacial.

Segundo a parlamentar socialista, este cenário, que já levou à saída do coordenador Paulo Quental e, recentemente, de Duarte Cota, ambos figuras-chave no desenvolvimento das políticas regionais para o setor, “é sintomático de má coordenação política, ausência de orientação estratégica e potenciais interferências sem competência técnica”.

“Estamos perante um setor estratégico para o desenvolvimento científico, tecnológico e económico da Região. Não pode ficar refém de instabilidade, descoordenação e decisões políticas pouco fundamentadas”, afirmou.

Face às informações divulgadas, que apontam para constrangimentos operacionais, mudanças de chefia e nomeações de supervisão sem perfil adequado, Sandra Costa Dias sublinha que “o Governo Regional tem a obrigação de explicar o que se está a passar e qual o futuro da EMA-Espaço”, sobretudo após a alegada proposta de extinção da estrutura devido à possível sobreposição com a nova sede da Agência Espacial Portuguesa nos Açores.

“É responsabilidade do Governo garantir uma gestão rigorosa dos recursos públicos e uma articulação institucional eficiente. Não é isso que está a acontecer”, acrescentou a deputada.

Neste contexto, o PS/Açores avançou com um pedido de audição parlamentar urgente aos antigos responsáveis Paulo Quental e Duarte Cota, para que clarifiquem os motivos das demissões e o funcionamento interno da EMA-Espaço, bem como a sua articulação com a tutela e a Agência Espacial Portuguesa.

“A transparência é essencial. A defesa dos interesses dos açorianos, também. Exigimos respostas claras”, concluiu Sandra Costa Dias.

Lagoa, 11 de novembro de 2025