A candidata da coligação Unidos por Ponta Delgada (PS, BE, PAN e Livre), Isabel Almeida Rodrigues, criticou a recente visita do presidente da Câmara, do PSD, à Fajã de Baixo, onde foi lançada a primeira pedra da construção de 29 apartamentos, num investimento de 5,6 milhões de euros ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do programa 1.º Direito.

“É verdade que o investimento público em habitação é sempre bem-vindo. Mas sabemos reconhecer quando se trata de uma campanha eleitoral de compromisso. Não basta aparecer de repente com uma pá na mão, colocar a pedra e desaparecer. O que precisamos é de governação consequente, de continuidade e de planeamento e não de show político”, afirmou.

A candidata lembrou que “ao longo de três décadas, o PSD não teve uma política de habitação estruturada em Ponta Delgada” e questionou a súbita pressa em apresentar projetos. “Agora, a pouco tempo das eleições, querem fazer-nos acreditar que resolverão tudo com uma pedra e uma fotografia? Comigo, essa política do espetáculo vai acabar”, garantiu.

Isabel Almeida Rodrigues apresentou a sua visão para a habitação, defendendo a criação de um programa municipal de habitação acessível, com prioridade a freguesias como a Fajã de Baixo, onde a pressão imobiliária é maior. A candidata destacou ainda a aposta em incentivos ao arrendamento acessível, em parcerias com o setor privado e cooperativo para construção mista, bem como num trabalho sério de reabilitação de imóveis devolutos. “Habitação é um direito, não um número para discursos de ocasião”, sublinhou.

Outro dos compromissos assumidos com a freguesia é o alargamento do serviço de minibus até à Fajã de Baixo, uma das primeiras medidas a concretizar no âmbito da reorganização da mobilidade urbana do concelho. “Nem transportes condignos são capazes de assegurar às freguesias que crescem e se desenvolvem como a Fajã de Baixo. O alargamento do minibus é um compromisso sério, que olha para o concelho como um todo e valoriza todos os seus residentes e trabalhadores”, afirmou.

Isabel Almeida Rodrigues destacou ainda a necessidade de uma reorganização do trânsito na freguesia, referindo que as entradas e saídas da Fajã de Baixo são “pontos críticos” e que a segurança rodoviária está em causa. Nesse sentido, propôs a criação de novas bolsas de estacionamento e o apoio da Câmara à Junta na aquisição de terrenos para estacionamentos planeados, seguros e integrados com as restantes infraestruturas.

“O que vemos hoje na Fajã de Baixo é um retrato fiel da governação PSD nas últimas três décadas: obras lançadas em cima da campanha, falta de planeamento, ausência de visão e populações ignoradas no seu dia a dia”, acusou.

A candidata concluiu sublinhando que a Fajã de Baixo precisa de mais do que uma Junta empenhada: precisa de uma Câmara que não atrapalhe. “É tão importante que a Fajã de Baixo continue a ter uma Junta que trabalha com seriedade, mas que agora tenha também uma Câmara que ajude. Esse é o espírito da coligação Unidos por Ponta Delgada: um projeto político que junta o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o PAN e o Livre, mas que junta, acima de tudo, pessoas”.