O Vice-Presidente da bancada socialista, Carlos Silva, considerou esta quarta-feira, na Horta, que a situação financeira e operacional da SATA é hoje muito mais grave do que em 2019, apesar de o contexto económico ser favorável e dos milhões injetados no grupo, voltando a reiterar a disponibilidade do PS/Açores para ser parte da solução.
“Foram injetados mais de 450 milhões de euros na empresa, mas os prejuízos acumulados são históricos, para além do caos operacional que se regista atualmente, com atrasos, cancelamentos, salários e impostos em atraso, agravados por uma governação irresponsável e um processo de privatização mal conduzido”, denunciou.
No debate de urgência sobre a situação da Azores Airlines, o socialista criticou a atuação do Governo de Coligação, em primeiro lugar, e mais uma vez, pela ausência do Presidente do Governo no debate, o que considerou “revelador da fuga à responsabilidade”.
Para além disso, afirmou que “o processo de privatização da SATA foi mal conduzido, mal gerido e a cada dia que passa a empresa perde valor”, acrescentando que o Governo “não aproveitou a oportunidade única de reestruturação aprovada pela Comissão Europeia”.
Carlos Silva denunciou ainda a falta de transparência na gestão do processo, sublinhando que as contas da empresa referentes a 2024 e ao primeiro trimestre de 2025 continuam por publicar, em violação da lei e em claro prejuízo do escrutínio público.
“Não podemos continuar a discutir a SATA com base em fragmentos de informação. É essencial que o Governo e a administração prestem esclarecimentos rigorosos ao Parlamento, que tem sido sistematicamente impedido de aceder à informação necessária para um debate sério”, defendeu.
O Vice-Presidente da bancada parlamentar socialista confrontou ainda o Executivo com as suas contradições, nomeadamente, quando “prometeram reduzir a dependência da SATA em relação à Região, mas o que se verifica é o aumento da dependência e da subsidiação”, para além das escolhas de rotas e políticas expansionistas que foram autorizadas pelo acionista, ou seja, pelo próprio Governo Regional e agora são criticadas”.
“Não basta procurar culpados no passado ou em fatores externos. É preciso competência, rigor e transparência”, concluiu Carlos Silva.
Por sua vez, Andreia Cardoso voltou a reafirmar novamente a disponibilidade do PS/Açores e de todo o parlamento para colaborar na busca de soluções para a viabilidade da companhia aérea, mas avisou que essa colaboração “só será possível com verdade, rigor e assunção de responsabilidades políticas”.
A líder da bancada parlamentar questionou o Governo Regional sobre o Plano de Sustentabilidade apresentado pelo Conselho de Administração da SATA, nomeadamente sobre medidas anunciadas por forma a assegurar uma gestão responsável e para proteger o futuro da empresa, lamentando a falta de resposta por parte do Executivo açoriano.
Horta, 09 de julho de 2025