O PS Açores manifesta a sua profunda preocupação com a situação criada pelo fim do contrato entre o Governo Regional e a empresa Cimentaçor, responsável pelo abastecimento de cimento no arquipélago, salientando que esta rutura coloca em risco o normal funcionamento do setor da construção civil, ameaça atrasar obras públicas e privadas, e penaliza, de forma especialmente grave, as ilhas sem unidade de moagem.
De acordo com a Vice-presidente do PS Açores, Cristina Calisto, entre as consequências mais graves está a possibilidade de “atraso ou paralisação de obras financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com especial destaque para as obras em curso, ao nível da habitação e sob a responsabilidade do Governo Regional e das Câmaras Municipais, cujo prazo de execução já é extremamente curto”.
Realçando, também, as eventuais consequências para o setor empresarial e para as muitas famílias que já têm financiamento bancário aprovado para a construção ou beneficiação das suas moradias e que, por via disto, vão assistir à derrapagem dos prazos e dos montantes das mesmas, a socialista sublinha que a ausência de uma resposta atempada do Governo Regional compromete diretamente investimentos estruturantes para o desenvolvimento dos Açores.
“É inaceitável que, após vários meses sem qualquer resposta por parte do Governo, o processo negocial com a Cimentaçor tenha falhado por completo, deixando os Açores sem uma solução alternativa. Esta inação demonstra uma clara falta de liderança, de estratégia e de responsabilidade por parte do Executivo Regional, que deveria ter assegurado, desde o início, a continuidade do fornecimento de um bem essencial para a economia das ilhas”, afirma.
A partir de 1 de agosto, as empresas e os cidadãos das ilhas que não dispõem de moagem terão de suportar os custos acrescidos com o transporte, comprometendo o princípio do preço único e agravando as desigualdades entre ilhas, situação esta que prova, uma vez mais, “a ausência de uma política de coesão regional séria por parte do atual Governo, que continua a virar costas às ilhas mais pequenas”.
Assim, o PS Açores exige que o Governo Regional apresente, com urgência, “uma solução para garantir a distribuição de cimento em todas as ilhas, sem penalizações adicionais para os consumidores”, mas que reponha, também, “condições de equidade no acesso a bens essenciais em todo o arquipélago”.
Segundo a dirigente socialista, o Governo deve, ainda, “prestar os devidos esclarecimentos quanto às razões do fracasso nas negociações com a Cimentaçor e os passos que pretende dar para resolver este problema” e que garanta, sem mais demoras, “as condições materiais necessárias para o cumprimento dos prazos de execução das obras”.
“Não é também incomum que depois de decisões ou posições extremas o Governo Regional venha rapidamente a campo emendar a situação, mas esse comportamento reiterado demonstra incompetência e revela incapacidade de governar com responsabilidade. A economia regional não pode ficar refém da incompetência negocial do Governo Regional”, afirma a Vice-presidente do PS Açores, Cristina Calisto.