“Governo Regional sem respostas para o aumento dos custos que já está a afetar os rendimentos dos pescadores e do setor”, avisa Mário Tomé

PS Açores - 23 de novembro, 2021

“Ao esmiuçar o Plano Regional para 2022 o que é que encontramos? O que é que este Plano traz de novo aos pescadores açorianos? Infelizmente a resposta é simples: é um mar imenso, com muito pouco peixe”, questionou o deputado Mário Tomé. Durante o debate em Plenário, sobre as propostas para o setor das pescas, o deputado também confrontou o executivo quanto às contradições relativas às verbas para recuperação dos estragos do furacão Lorenzo.
Mário Tomé aponta a falta de resposta para os desafios que se colocam e que já estão a afetar muitas atividades nos Açores e, em concreto, o setor das Pescas, ao nível “dos aumentos dos custos à produção, do preço do combustível, dos materiais e equipamento de pesca e também com as cadeias de escoamento do pescado”.
“Qual a estratégia preconizada pelo Governo para minimizar os custos á produção”, questionou o parlamentar recordando que, por exemplo, “no início deste ano, o custo do litro de gasóleo pescas estava abaixo dos 50 cêntimos. Hoje o mesmo combustível custa mais de 70 cêntimos o litro, ou seja, houve um aumento que provoca um impacto brutal na gestão pesqueira e consequentemente na diminuição de  rendimentos”.  
As dúvidas também se colocaram quanto à “estratégia para minimizar o impacto da crise energética na fileira da pesca”. Mário Tomé também questionou o executivo “que modelos de gestão para a pesca, quer ao nível das espécies e das zonas de reserva, serão implementados ou não, pelo Governo?”. No entanto, lamentou o parlamentar, o Governo não soube, ou não quis, responder.
 
Governo reduz verbas para recuperação dos estragos do furacão Lorenzo
O Partido Socialista dos Açores já, reiteradamente, apontou as contradições que constam no Plano e Orçamento para 2022 quanto às verbas relativas à recuperação dos estragos do Lorenzo. Para além do Governo as assumir como transferências do Orçamento de Estado, que não são possível de obter uma vez que se trata de apoios comunitários, ficou por explicar a redução das verbas que este executivo apresentou ao Governo da República.
No debate com o Secretário Regional do Mar e das Pescas, Mário Tomé pediu mais esclarecimentos quanto à discrepância relativa à recuperação do Porto das ribeiras, na Ilha do Pico. Recordou que “aquando do levantamento dos estragos foi prevista uma verba de mais de três milhões (3.540.000.00€) conforme foi comunicado, na altura, ao Governo da República”. Na recente visita que o Governo fez à ilha do Pico, foi anunciada “uma verba de 2,1 milhões”, mas no Plano em análise “apenas constam 15 mil euros para o projeto de requalificação do porto das ribeiras”.
“Senhor Secretário onde estão cerca de 1,4 um milhão e quatrocentos mil que inicialmente estavam afetos à requalificação do referido porto quando estavam previstos investimentos na ordem dos 3,5 milhões e quinhentos mil euros? E para quando está previsto o início da obra, atendendo a que a cabeça do molhe de proteção está desprotegida?”, questionou.