“É fundamental que os responsáveis políticos sejam políticos responsáveis, com o especial e acrescentado dever de fazer sempre, por ações e convicções, a pedagogia da Autonomia, da importância das suas conquistas e da necessidade permanente de a ir aperfeiçoando”, afirmou Francisco Coelho, na Declaração Política proferida esta semana, durante a Sessão Plenária.
O Deputado do Grupo Parlamentar do PS/Açores exortou os outros partidos a “resistir sempre, mas sempre, às tentações do facilitismo e da gémea demagogia de outras priorizações fáceis, nunca trocando, por exemplo, o sempre imperfeito e necessário combate à pobreza por uma putativa pobreza de convicções autonómicas”.
Francisco Coelho defendeu, ao longo da sua intervenção, que “a Autonomia é diferença que dá pão”, referindo a título de exemplo o recente anúncio do Presidente do Governo dos Açores de aumento para os escalões mais baixos da função pública: “Tal medida, de grande alcance social, e que ocorrerá apenas nos Açores, só é possível porque a nossa Autonomia, ao criar os complementos de rendimento, permite dar execução legal a uma vontade política inequívoca e muito significativa”.
“Autonomia é prerrogativa que dá pão, peixe e recursos”, acrescentou o parlamentar, dando como exemplo a aprovação unanime quanto à “reposição dos direitos de gestão do Mar Açoriano, desenvolvendo coerente e corretamente os conceitos de gestão conjunta e partilhada, consagrados na terceira revisão do nosso Estatuto, naturalmente por impulso propositivo nosso, Açoriano, desta Casa”.
Francisco Coelho alertou para os receios que a Autonomia Açoriana continua a inspirar, como aconteceu recentemente com a decisão de repor integralmente o tempo de serviço dos professores nos Açores: “Recebemos logo tele-recados dum velho conhecido mini-estafeta do centralismo, debitando e dubitando angústias acerca do nosso direito à diferença e reclamando com urgência corretiva pronta dos seus companheiros do Portugal Atlântico”.
Nesse sentido, Francisco Coelho realçou a importância do trabalho que a Comissão Eventual para Reforma da Autonomia tem pela frente, congratulando-se com as propostas apresentadas por alguns partidos e que devem agora ser consensualizadas: “Não será coisa pouca, nem isenta de dificuldades, escolhos, obstáculos ou preconceitos, mas será indubitavelmente um grande e bom desafio, que convocará necessariamente o melhor que há em nós e na grandeza da Política. Pela nossa parte, o Grupo Parlamentar do PS/Açores reitera o seu total empenho e a máxima prioridade para esta tarefa (…) porque os Açorianos merecem”.