“Os trabalhadores do setor do turismo não vão receber mais 30%, nem mais 10%, nem mais 7%, nem mais 5%. Em alguns casos vão receber exatamente o mesmo que já recebiam. A tabela é que passa a conter o valor do salário mínimo atual, em comparação com o que se praticava em 2009”, denuncia André Bradford. O presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores falava esta sexta-feira, depois da reunião com o Sindicato dos Profissionais de Escritório, Comércio, Indústria, Turismo, Serviços e Correlativos da Região Autónoma dos Açores (SINDESCOM).
A reunião foi solicitada pelos deputados do PS/Açores, depois de ter sido anunciado na Comunicação Social, que empresários e sindicato tinham chegado a acordo: “A UGT anunciou, no balanço do ano, que tinha chegado a Acordo, através de um dos seus sindicatos, com a Câmara do Comércio e Indústria, para uma atualização da tabela salarial e do Acordo Coletivo na área do Turismo (…) Também tinha sido dito publicamente que esse Acordo comportava aumentos de 30%, o que para nós era para lá do expectável o que, portanto, seria ótimo”.
André Bradford recorda que o Grupo Parlamentar tem acompanhado de perto esta questão - “reunimos com sindicatos, reunimos com a Camara do Comércio e todos nos transmitiam uma situação de impasse nas negociações” – estranhando, por isso, que o Acordo alcançado, no espaço de um mês, não tenha sido com o sindicato que andava, há dois anos, a negociar com os representantes dos empresários do setor do turismo.
“Ficamos altamente desiludidos”, admitiu em resposta aos jornalistas, explicando que “o que tinha sido definido como aumentos de 30%, não passa, afinal, de uma atualização do salário mínimo. O salário mínimo veio crescendo de há 9 anos a esta parte e a tabela salarial atual, que consta deste Acordo, passa a conter o novo salário mínimo, em vez de conter o salário mínimo que se praticava em 2009, e portanto, na prática os trabalhadores do setor do turismo não vão receber mais”.
André Bradford alertou, também, para a injustiça que pode advir da extensão deste acordo a todos os trabalhadores do setor, sejam ou não associados do Sindicato: “De acordo com aquilo que ali está, a tabela salarial não nos parece adequada a um setor que cresce ao ritmo e num montante em que o setor do turismo tem crescido, nos seus proveitos e nos seus rendimentos”.