GPPS reconhece problemas mas recusa receita do PSD para desmantelar a SATA Internacional

PS Açores - 5 de setembro, 2017
O Grupo Parlamentar do PS Açores manifestou a sua total discordância com a hipótese da SATA Internacional abdicar das ligações que mantém com diáspora açoriana dos Estados Unidos e Canadá. Conforme recordou o deputado Francisco César, durante a interpelação desta terça-feira na Horta, a proposta consta do programa eleitoral do PSD - “deverão ser incentivadas e equacionadas alternativas de acessibilidade, com companhias aéreas da América do Norte ou outras, que possam servir estes destinos”. Já na semana passada os deputados social-democratas, defenderam “que salvar a SATA Air Açores deve ser a prioridade das prioridades por ser esta que mais serve e importa a todos os açorianos” e que se deveria “separar de forma clara e institucional, a atividade da SATA Internacional – Azores Airlines da SATA Air Açores”.  Francisco César também lamenta que Duarte Freitas teime no recurso ao exterior para resolver as situações internas: “Quando há um problema numa empresa, quando há um setor em dificuldades, aquilo que o senhor diz é: Vamos perguntar ou a Lisboa a ou a Bruxelas como é que se faz”. Preocupante para a bancada socialista é que a proposta do PSD para a intervenção de Bruxelas na recapitalização da empresa terá consequências drásticas que os deputados social-democratas “não têm a coragem de assumir”, que implicam “despedimentos coletivos” e o “abandono de rotas entre os Açores e o exterior”, avisou o deputado socialista Carlos Silva. Quanto à operação da SATA nos últimos meses, o deputado Francisco César defendeu a necessidade de se analisar com objetividade os dados - “estamos a falar de mais de 1,4 milhões de passageiros transportados, de dezenas de milhares de voos” – e enquadrar devidamente os problemas da companhia - “motivados por questões operacionais e por incidentes”-, que representaram apenas cerca 2,9% dos voos realizados. “Houve problemas com aumento da procura, houve problemas de planeamento operacional da empresa, houve problemas com incidentes, houve problemas com greves, houve um conjunto de matérias que efetivamente afetaram a operação, mas esses problemas refletiram-se em 2,9% da operação da empresa”. E, lamentou Francisco César, “2,9% dos voos são os motivos que levam o PPM e o PSD a dizer que há um ‘caos’ operacional ao nível do Grupo SATA”. Reconhecendo igualmente “que existiram matérias que foram da responsabilidade do planeamento da SATA”, Francisco César desafiou a oposição a “admitir que existiram matérias que não foram da responsabilidade nem da SATA nem do Governo Regional”, como fez crer o PSD/A, culpando o Governo por situações que prejudicaram a operação da companhia, como o caso do carro de catering ou do reboque que embateram num avião ou da ave que entrou num reator. O deputado socialista recordou o trabalho que tem sido feito na companhia, permitindo “uma redução dos prejuízos para metade”, o decréscimo da dívida do Governo Regional “em mais de 40 milhões de euros” e a afirmação da SATA “num cenário de liberalização”.