Serrão Santos quer reforçar pontes de investigação Açores-Pacífico

PS Açores - 21 de julho, 2017
Para Ricardo Serrão Santos a experiência acumulada pelos investigadores nos Açores e a vontade, que agora se manifesta, de se fomentarem debates e linhas de colaboração, entre a União Europeia e os pequenos países e territórios insulares do Oceano Pacífico, no âmbito do desenvolvimento da economia azul baseada no conhecimento científico e numa boa governação são factores decisivos para a intensificação dos projetos comuns.   O eurodeputado açoriano é um dos 12 deputados europeus presentes no 14.º Encontro Regional da Região do Pacífico da Assembleia Parlamentar Conjunta dos países de África, Caraíbas e Pacífico e a União Europeia que termina esta sexta-feira em Port Vila, Vanuatu e particularmente dedicada às questões do clima, dos oceanos e do desenvolvimento sustentável.   Serrão Santos que interveio nos painéis “Perspectivas do Pacífico sobre as mudanças climáticas“ e  “A economia azul e a governação marinha, incluindo as pescas” lembrou que “os Açores, através de investigadores do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores têm uma já longa ligação aos países ACP e, especificamente, a esta zona do Pacífico, à qual o Doutor Telmo Morato do DOP dedicou dois anos de estudo sobre a influência dos montes submarinos na distribuição de grandes pelágicos“.    A perspectiva de se desenvolverem estas parcerias está, enfatizou, em linha com “o Objectivo 14 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que defende a valorização do contributo da biodiversidade para o desenvolvimento dos países, em particular dos pequenos estados insulares e países menos desenvolvidos. Para isso importa que se desenvolva a capacidade de pesquisa e o uso da tecnologia marinha, aumentando a saúde dos oceanos e o conhecimento”.   Os países e territórios do Pacífico apresentam uma mensagem fortemente articulada e convergente sobre a importância dos Oceanos e assumem-se como uma voz forte importante no contexto mundial. Há que reconhecer que esta zona do planeta é das mais ameaçada pelas mudanças climáticas, com territórios e ilhas em risco de desaparecimento.    Referindo-se à economia azul, Serrão Santos referiu que “o uso sustentável do mar abre novas oportunidades, em especial nos pequenos estados insulares”. Deu como exemplo a experiência dos Açores, que tem registado um crescimento notável ao nível do turismo ligado ao mar. Mas também o facto desta região do Pacífico e a zona da dorsal media Atlântica partilharem interesses e preocupações equivalentes no contexto da mineração do mar profundo.   O deputado, que também é coordenador dos socialistas europeus para a área das pescas, defendeu ainda algumas das prioridades europeias como são o combate à pesca ilegal, não reportada e não regulamentada e a necessidade de cumprir os objectivos para o desenvolvimento sustentável e lutar contra as alterações climáticas globais.   “Há diversos Estados membros da ACP que estão particularmente vulneráveis às alterações climáticas globais, quer na sua componente de subida do nível médio das águas do mar, quer na componente da instabilidade meteorológica. A União Europeia está e estará na linha da frente para lutar contra as alterações climáticas e na solidariedade para com os países ACP”, afirmou Ricardo Serrão Santos no fim da sua intervenção.