Opinião

Um novo ciclo de cooperação

Vasco Cordeiro obteve ontem em Lisboa uma vitória política que superou largamente as expectativas. Numa reunião com o Primeiro-ministro, Cordeiro viu serem acolhidas por António Costa diversos assuntos que estavam pendentes, há vários anos, entre o Governo da República e o Governo Regional. Dois dos assuntos pendentes, entre a República e a Região, com maior atraso prendem-se com a RTP-Açores e com a Universidade dos Açores. Depois de muitas promessas eternamente adiadas estão reunidas as condições para se poder chegar a soluções que responsabilizem o Estado e permitam a salvaguarda dessas duas instituições autonómicas. De destacar também a abertura do Primeiro-ministro para resolver problemas do sector agrícola regional. Para além das questões relacionadas com a quebra de rendimentos das explorações leiteiras, foram dados passos importantes para solucionar o problema das contribuições para a Segurança Social por parte dos jovens agricultores. Foram ainda abordados outros dois temas da maior importância para a Região. Um relacionado com a Saúde. No plano dos princípios, é indecoroso cobrar à Região a despesa dos doentes residentes nos Açores deslocados em hospitais do Serviço Nacional de Saúde em terapias indisponíveis no Serviço Regional de Saúde. Os Açorianos não podem ser portugueses de segunda. O Serviço Nacional de Saúde deve funcionar como um complemento ao Serviço Regional dos Açores. Outro relativo à gestão do mar dos Açores, nomeadamente no Direito da Região em participar na Gestão e nos benefícios da exploração do Mar profundo em redor do arquipélago. O PSD e o Governo de Passos Coelho revelaram sempre profundo desprezo pelos direitos da nossa Região. Foram ainda estabelecidos entendimentos relativos ao Plano de Revitalização da Ilha Terceira e ao auxilio aos Açores pelos prejuízos causados pelas recentes tempestades. Nenhum destes assuntos se resolve com uma varinha mágica. A concretização das soluções concretas demorará ainda algum tempo. Porém, é inegável que se instalou um novo ciclo de cooperação entre a Região e a República. António Costa conseguiu em dois meses o que Passos Coelho não resolveu em mais de quatro anos.