O líder do PS Açores, Francisco César, criticou esta terça-feira o Governo Regional por não aproveitar as condições excecionais que tem ao seu dispor, sublinhando que, apesar de ser o Executivo com maior volume de fundos comunitários de sempre, os açorianos vivem hoje pior em várias áreas essenciais, como a habitação, a saúde, a educação e a economia.
“Vivemos hoje circunstâncias excecionais, praticamente incomparáveis na história da autonomia. Este Governo Regional tem à sua disposição o maior conjunto de fundos comunitários de sempre, entre o PO e o PRR, e, mesmo assim, a vida dos açorianos está pior”, afirmou Francisco César.
Recordando que o Governo Regional beneficia de uma conjuntura política favorável, com maiorias de direita em todos os níveis de poder, regional, nacional e europeu, bem como de condições económicas únicas após um ciclo de crescimento e aumento do consumo.
“Este Governo tem tudo a seu favor: uma maioria de direita na Região, na República, na Comissão Europeia e no Parlamento Europeu. Vive um período de crescimento económico, de receitas fiscais elevadas e de fundos europeus sem precedentes. Ainda assim, as famílias açorianas sentem o custo de vida a subir, as rendas incomportáveis, as listas de espera a aumentar e as empresas sem apoio”, criticou.
Francisco César salientou que a realidade do dia-a-dia dos açorianos contrasta com a “propaganda do Governo”, apontando que “basta ir ao supermercado, tentar arrendar uma casa ou esperar por uma cirurgia para perceber que o Governo falhou nas suas prioridades”.
“Ao nível da habitação, por exemplo, arrendar um T2, em Ponta Delgada, custa 1400 euros e um T1 chega aos 1000”, afirmou Francisco César, durante a sessão de abertura das Jornadas Parlamentares, para salientar que o PS tem vindo a alertar para o facto de as contas públicas estarem permanentemente desequilibradas, além de ser prejudicial à economia, acabaria, mais cedo ou mais tarde, por afetar a vida dos açorianos.
A esse propósito, o Presidente do PS Açores lamentou ainda que o Governo Regional tenha, segundo o Tribunal de Contas, ultrapassado “aquilo que estava previsto em termos de capacidade de endividamento, em apenas cinco anos, em mais de mil milhões de euros”.
“Mil milhões de euros de dívida em cinco anos significa quase um milhão de euros de endividamento por dia. O défice aumentou em 177 milhões de euros num ano. Não é o PS que o diz, é o Tribunal de Contas. E quando as contas públicas estão desequilibradas, isso acaba sempre por afetar as pessoas”, alertou.
Francisco César concluiu reforçando que o Partido Socialista “não se limita a apontar falhas”, mas “procura soluções concretas” para melhorar a vida das pessoas e apoiar a economia regional.
“O PS é o partido que fiscaliza, mas também o partido que constrói. Somos o partido das soluções, o partido que resolve problemas e que trabalha para melhorar a vida das pessoas e das empresas. É esse o nosso compromisso com os açorianos”, finalizou.